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domingo, 15 de abril de 2012

TEMPRANILLO...uma uva especial

 
Falar de Tempranillo é falar de Espanha onde as primeiras videiras foram plantadas por volta do ano 1.100 aC, na região de Cádiz, perto de Jerez de La Frontera , provavelmente pelos Fenícios. Os primeiros vinhos eram adocicados e pesados. Contudo, durante o século 8º até 15º, a Espanha esteve sob ocupação dos mouros e, para a cultura desse povo, a produção de vinhos não era prioridade. Sendo assim, o desenvolvimento vitivinícola ficou estagnado até meados do século XV. Hoje a Espanha se encontra entre os três maiores produtores mundiais, sendo a maioria dos seus vinhos tintos elaborados com Tempranillo, uva ícone do país, em forma varietal ou em cortes com Garnacha, Graciano e Mazuelo e uvas internacionais como Cabernet Sauvignon e Merlot em menor escala. A origem de seu nome vem provavelmente da palavra espanhola temprano, que significa cedo, devido á precocidade de seu ciclo vegetativo em relação às outras variedades tintas da região.
Seu cultivo predomina na região de Rioja, com cerca de 70% dos vinhedos, mas está espalhada pelo país com nomes muitas vezes diferentes como; Ull de Llebre (Catalunha); Cencibel (La Mancha); Tinto Fino (Ribera Del Duero);Tinta del Pais (Ribera del Duero onde a presença é também bastante forte) e Tinta de Toro (Toro). Possui casca espessa e escura, bago de tamanho médio, acidez não muito alta e equilibrada, normalmente  produzindo vinhos com baixo teor alcoólico, variando entre 10,5 e 13 %. Em geral, os vinhos de Tempranillo são elegantes, estruturados e complexos quando passam por madeira. Seu estilo fica entre os tintos de Bourgogne e Bordeaux. Podem apresentar aromas de frutas vermelhas como morango, este aroma de frutas vermelhas maduras levou meu nariz a passear no clube da assembleia Paraense entre os jambeiros com seus frutos maduros. O caramelo me chamou a atenção pela lembrança de açúcar mascarvo ao nariz. Ao nariz lembra também  especiarias como cravo e canela. A tempranillo, tradicionalmente, é uma uva exuberante em boca e  que a complexidade aromática, quando existente, vem normalmente em corte com outras cepas que, preferencialmente, também lhe aportem maior acidez o que gera vinhos de forte presença aromática. Por suas características, é bastante resistente á oxidação o que lhe permite um maior tempo de contato com madeira, tradicionalmente carvalho americano, como nos casos dos Reservas e Gran Reservas que passam no mínimo 24 meses em barricas e uma longevidade bastante estendida.
Além da Espanha, a Tempranillo é cultivada em outros países como Portugal. No  Douro  é conhecida como Tinta Roriz e no Alentejo é conhecida como Aragonez. Na Argentina e Austrália  os vinhedos desta cepa têm aumentado exponencialmente. Dizem que será a uva do futuro. Para mim, a tempranillo está logo abaixo da dama da uva que é a pinot noir e a shiraz. Devido a sua incrível adaptabilidade aos climas continentais, ela passou a ser cultivada em regiões distantes como Austrália, Argentina, África do Sul e Estados Unidos. Os resultados são tão animadores que já se fala em a tempranillo tornar-se uma opção mais acessível que a Cabernet Sauvignon e Merlot para os mercados internacionais.

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